The family concept in the field of Brazilian health: a theoretical and reflective essay
Concepto de familia en el campo de la salud brasileña: ensayo teórico-reflexivo
Noção de família(s) no campo da saúde brasileira: ensaio teórico-reflexivo
Lucas Lima Campos; Anna Karynne Melo
Abstract
Objective: to discuss the term family in the field of Brazilian health through: 1) the historical review of the concept and family arrangement in Brazil; 2) the recapitulation and problematization of the term in Brazilian health; 3) the discussion in the Brazilian National Primary Care Policy.
Method: this is a theoretical-reflective study.
Results: the text was divided into: “Historical rescue of family transformations in Brazil”, “First Basic Health Unit: the family” and “Brazilian National Primary Care Policy: which family are we talking about?”, which helped in the argument about the problem of (non)definition of family. Amidst the concern about allocating family-oriented care, it becomes necessary to rethink this polysemic term, proposing the denaturalization of crystallized definitions that can emerge in professionals’ work, which can produce actions based on (pre-)concepts and negligence to non-hegemonic families.
Final considerations and implications for practice: it is necessary to discuss which conception of family is considered in the field of health and its repercussions, especially in Primary Health Care and in health policies, as in the Brazilian National Primary Care Policy, to minimize possible difficulties that may arise in professionals’ actions when faced with the plurality of family realities.
Keywords
Resumen
Palabras clave
Resumo
Objetivo: discutir o termo família no campo da saúde brasileira por meio: 1) do resgaste histórico do conceito e configuração da família no Brasil; 2) da recapitulação e problematização do termo na saúde brasileira; 3) da discussão na Política Nacional de Atenção Básica.
Método: trata-se de um estudo teórico-reflexivo.
Resultado: o texto foi dividido em: “Resgate histórico das transformações familiares no Brasil”, “Primeira Unidade Básica de Saúde: a família” e “Política Nacional de Atenção Básica: de que família estamos falando?”, que auxiliaram na argumentação sobre a problemática da (não)definição do termo família. Em meio a preocupação sobre alocar o cuidado voltado para a família, torna-se necessário repensar esse termo polissêmico, propondo a desnaturalização de definições cristalizadas que podem emergir na práxis dos profissionais, o que pode produzir atuações baseadas em (pré-)conceitos e negligências a famílias não hegemônicas.
Considerações finais e implicações para a prática: é necessário discutir sobre qual concepção de família é considerada no campo da saúde e suas repercussões, principalmente na Atenção Primária à Saúde e em políticas de saúde, como na Política Nacional de Atenção Básica, para minimizar possíveis dificuldades que possam surgir no fazer dos profissionais ao se deparar com a pluralidade das realidades familiares.
Palavras-chave
Referências
1 Rocha SMC. A família como um direito humano atravessando tempos e histórias. Missões Rev Ciências Humanas e Sociais. 2019;4(1):1-7.
2 Silva GL. A família no processo de cuidar. Rev Ciência e Desenvolv [Internet]. 2019; [citado 2021 dez 17]; 12(2):369-85. Available from:
3 Stamp GH. Theories of family relationships and a family relationships theoretical model. In: Vangelisti AL, editor. Handbook of family communication. 1st ed. New Jersey: Lawrence Erlbaum Associates; 2003. p. 793.
4 Stamp GH, Shue CK. Twenty years of family research published in communication journals: a review of the perspectives,theories,concepts, and contexts. In: Vangelisti AL, editor. The Routledge Handbook of Family Communication. 2nd ed. New York: Routledge; 2012.
5 Serapioni M. O papel da família e das redes primárias na reestruturação das políticas sociais. Cien Saude Colet. 2005 dez;10(suppl.):243-53.
6 Tavares IL, Banaco RA, Borsa JC. O que é família para você? Opinião de crianças sobre o conceito de família. Av en Psicol Latinoam. 2020 jul;38(2):1-15.
7 Fragoso GL. Quando uma imagem não diz tudo: análise do discurso da logomarca da Estratégia Saúde da Família à luz do conceito de família contemporânea. Cien Saude Colet. 2020 nov;25(11):4293-301.
8 Archanjo DR. Família e saúde: uma abordagem histórica. In: Archanjo DR, Archanjo LR, Silva LL, editors. Saúde da Família na atenção primária. 1. ed. Curitiba: Intersaberes; 2013. p. 23-48.
9 Trad LAB. A família e suas mutações: subsídios ao campo da saúde. In: Trad LAB, editor. Família contemporânea e saúde: significados, práticas e políticas públicas. Rio de Janeiro: Fiocruz; 2010. p. 27-50.
10 Mioto RCT. A família como referência nas políticas públicas:dilemas e tendências. In: Trad LAB, editor. Família contemporânea e saúde: significados, práticas e políticas públicas. 1. ed. Rio de Janeiro: Fiocruz; 2010.
11 Vargas MLF. Aportes das ciências sociais e humanas sobre família e parentesco: contribuições para a Estratégia Saúde da Família. Hist Cienc Saude Manguinhos. 2021 jun;28(2):351-74.
12 Ferlini VLA. Sugar and the formation of colonial Brazil. In: Oxford University Press, editor. Oxford research encyclopedia of Latin American History. Oxford: Oxford research encyclopedia of Latin American History; 2019.
13 Vainfas R. Gender and Sexuality in Colonial Brazil. In: Oxford University Press, editor. Oxford research encyclopedia of Latin American History. Oxford: Oxford research encyclopedia of Latin American History; 2021.
14 Cunha MF. Casamentos mistos: Entre a escravidão e a liberdade Franca-São Paulo/Brasil, Século XIX. Rev Bras Estud Popul. 2017;34(2):223-42.
15 Moreira VML. Casamentos indígenas, casamentos mistos e política na América portuguesa: amizade, negociação, capitulação e assimilação social. Topoi [Internet]. 2018 set; [citado 2021 dez 17];19(39):29-52. Available from:
16 Silva LS OC. As dotadas e meeiras da Capitania da Paraíba. Luso-Braz Rev [Internet]. 2020 jun; [citado 2021 dez 17];57(1):30-57. Available from:
17 Marques NS, Temer MC, Seixas FF, Mendes AA, Alves LMN. A evolução do conceito de família brasileira. II Seminário Científico da FACIG; 2016 nov. 17-18; Manhuaçu. Manhuaçu: UNIFACIG; 2019; p. 57-66.
18 Rezende CB. Famílias contemporâneas: reflexões sobre estratégias de sobrevivência. Serviço Soc e Real. 2012;21(2):47-64.
19 Fraiz IC. Saúde e Sociedade. In: Archanjo DR, Archanjo LR, Silva LL, editores. Saúde da Família na atenção primária. 1. ed. Curitiba: Intersaberes; 2013. p. 49-74.
20 Pinto LF, Giovanella L. The family health strategy: expanding access and reducing hospitalizations due to ambulatory care sensitive conditions (ACSC). Cien Saude Colet. 2018;23(6):1903-14.
21 Moraes PM, Nunes R, Horst CHM, Mioto RCT. Familismo e política social: aproximações com as bases da formação sócio-histórica brasileira. Rev Políticas Públicas. 2020 dez;24(2):802.
22 Oliveira AC. Famílias, cuidados e políticas públicas no Brasil contemporâneo. Acervo. 2017;30(1):195-208.
23 Gomes CBS, Gutiérrez AC, Soranz D. Política Nacional de Atenção Básica de 2017: análise da composição das equipes e cobertura nacional da Saúde da Família. Cien Saude Colet. 2020 abr;25(4):1327-38.
24 Morosini MVGC, Fonseca AF, Lima LD. Política Nacional de Atenção Básica 2017: retrocessos e riscos para o Sistema Único de Saúde. Saúde Debate. 2018 jan;42(116):11-24.
25 Sarti C. O lugar da família no programa de saúde da família. In: Trad LAB, editor. Família contemporânea e saúde: significados, práticas e políticas públicas. Rio de Janeiro: Fiocruz; 2010. p. 91-104.
26 Queiroz TA, Carvalho FPB, Simpson CA, Barreto ÉLF, Fernandes ACL. Família: significado para os profissionais da estratégia de saúde da família. Rev Bras Promoç Saúde. 2015 Jun;28(2):274-80.
27 Fleury S, Ouverney AM. Política de saúde: uma política social. In: Giovanella L, Escorel S, Lobato LVC, Noronha JC, Carvalho AI, editores. Políticas e sistema de saúde no Brasil. 3. ed. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz; 2012. p. 1-42.
Submetido em:
05/07/2021
Aceito em:
17/12/2021